segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O sexto sentido
Se o mundo existe
E eu quero existir
Porquê levantar
E voltar a cair?
O mar revoltoso
Deixou de ser queixoso
E volto a navegar
Para nada encontrar
O céu desce ao meu encontro
Voo nos braços de um outro
Não sinto a consciência diletante
Esqueço o cavaleiro andante
Se o sonho me invade
Choro a saudade
Daquilo que ainda não serei
Do que vou ser e temerei.
Chuva cai incessante
E eu continuo errante
E abro o guarda-chuva mais uma vez
Para que as varetas se partam de chinês.
A terra escura
Nada engana e tudo assegura
Caminho pela mão morena
Não ouço a razão sarracena
Lembro a donzela serena.
Se o futuro entra
Por aquela porta aberta
Posso não ter coragem
De a fechar numa aragem.
Sol que queimas o olhar
Não tão confundes como o amar
Desta vez não me vou proteger
Só para te poder ter.
Metamorfose
Linda larva
Tão jovem e inocente
E calma de diabrura
Teu espírito encanta
Todo o teu ser é único
Tens talento em cada vértebra que te compõe
E cativas até os mais esquisitos
Com o teu sorriso tentador
Pelo teu próprio corpo esguio
Subiste lá alto
Ninguém ficou indiferente
O tempo passou
O sucesso aumentou
Já não és larva
De um casulo saíste
Toda vaporosa
Agora, tinhas estado com as estrelas
E ganhaste um par de asas lustrosas
Pintadas de todas as cores
Sentes-te especial
Mais bonita, graciosa
És uma borboleta
És a rainha do Mundo
O teu corpo minúsculo
Ostenta o peso da fama
São quilos que te puxam de encontro ao chão
Estás crescida
E já não consegues voar…
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Multifacetado
Lembro o passado distante
E peço ao futuro que virá.
Amo com amizade
O amigo, que amor me dá.
Olho o horizonte
E perco o infinito
Deixo meu cabelo esvoaçar
Ao vento da sorte e do azar.
Ouço ao longe
Explosões de cores.
Sinto bem perto
Um punhado de odores.
Caminho por entre as estrelas,
Corro e salto sobre os cometas,
Frios e com sombras amarelas.
E eu viva ou morta de tantas facetas.
Porquê?
Pessoas perante inúmeras portas abertas
Promessas de um colorido futuro
Escolhem um buraco sombrio
Um lugar tão escuro
De onde não há retorno…
Porquê?
É jamais possível voltar,
Daquele inferno constrangedor,
À avenida da liberdade
Um espaço sem dor
Onde podes estar...
Onde tens opções...
Onde podes voar...
Onde até as portas fechadas
Tu podes abrir e nelas entrar…
E se um dia...
Vencer
Existência
O futuro surge
Com memórias do passado
Num ritmo acelerado
Quando o suspiro urge.
Pensar na razão
Da existência fatal
Faz com que se ache banal
O sentimento do coração.
Nunca se sabe nada
Acerca do destino
Talvez se encontre um hino
Numa estrada abandonada.
Sentir um forte chamamento
Saber o que se quer
Transforma a ansiedade em saber
Desde o início do tempo.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Quem sou eu?
Antes que tudo, sou um ser.
Um ser com forma e conteúdo.
De forma feminina e conteúdo controverso:
Tanto penso como me esqueço;
Sou tão calma como sou tão eufórica
E transmito segurança quando sou tão insegura!
O mundo existe à minha volta
E gira e roda… gira e roda...
Eu sou sempre a mesma:
Tanto me riu como me entristeço;
Sou tão reservada como sou tão social
E transmito alegria mesmo quando não tenho alegria nenhuma!
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