segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Do outro lado

















É verdade que estou aqui
Do outro lado desta grande porta
E está a chover…
Cai e sinto-a na pele
Tu não vês?
Será que a sentes?

Parece complicado ver,
Ou sentir até…
Uma história contada de forma diferente não é verídica
Nem em quem a conta se pode acreditar!

Mas, com guarda-chuva ou não,
É impossível não sentir…
Mais ainda: não ver que esta porta é de vidro.

terça-feira, 15 de março de 2011

Há coisas que nem sempre dizemos

















Há coisas que nem sempre dizemos,
Não porque custa,
Mas porque temos medo que elas voem.

E depois?
Depois guardamos o que íamos dizer só para nós.
Ninguém fica a saber o quanto estamos a sofrer.

Não vale a pena afogar o que nos rodeia, só porque a água está demasiado fria para nós.

Há sempre coisas que ficam por dizer…
E isso custa,
Porque não fomos audazes o suficiente para congelar o momento.

E depois?
Depois é mais difícil falar, avançar, dar…
E ninguém fica a saber o que estamos a sentir…

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A espera

















Ela está ali à espera
Sentada não quer, apesar da longa demora

Vale-lhe a calmaria que o ar lhe dá
E a luz cinzenta do envergonhado sol de inverno
Que ameaça um desfecho menos risonho.

Deixa de estar de pé
Uma simples borda do passeio é perfeita
Acreditando lá não ter de ficar por muito tempo

Daqui a um quarto do relógio tudo se resolverá

Um dia passa

E ela espera

E continua a acreditar

Mas as pedras da calçada são duras
A chuva ameaça por entre as nuvens

Não há nada a fazer

O rapaz levanta-se e vai embora.

domingo, 2 de janeiro de 2011

A preto e branco


















Ontem fui ao mar
Fui amar
Mas o mar não me queria lá
Queria o sol
Que nele estava a pousar
Insisti
E fui caminhar
Para o amor encontrar
Num ramo de rosas brancas perdido
Destruído
Era aquele o lugar para me sentar
E esperar pela onda do mar
Que me fosse abraçar